A desvalorização do trabalho materno
- Maria C Kaluza
- 14 de out. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jan. de 2023
O trabalho de uma mãe é um trabalho sem fim que se repete diariamente, as vezes várias vezes ao dia.

O trabalho de maternar, não é apenas de cuidado e nem apenas doméstico, mas com certeza é um trabalho sem fim. Cuidar, educar, limpar, lavar, cozinhar são tarefas que se repetem diariamente, as vezes várias vezes ao dia.
A desvalorização desse tipo de trabalho, o de cuidado e o doméstico é um problema social muito sério. Ele é visto como um trabalho menor, menos importante, banal, mas sabemos que o problema não é a atividade em si!
Afinal limpar a própria sujeira, por exemplo, é uma habilidade necessária para sobrevivemos, afinal higiene e limpeza são essenciais para a saúde e funcionamento das estruturas.
O problema está em alguns outros pontos como:
- A desvalorização e não remuneração desse trabalho.
- A feminização;
- A racialização;
- A maternização!
Sabe por quê? Porque esse é um trabalho que consome tempo. Tempo de estudo, de trabalho remunerado, de lazer, de leitura, de descanso, de atividade física;
Tempo de vida
E se todos precisam dele p sobreviver e a economia depende disso para ter mão de obra, porque 80% dos trabalhadores domésticos do mundo são mulheres?
Por que mais mulheres deixaram o mercado de trabalho para assumir os cuidados com a família?
32% das mulheres deixaram o mercado de trabalho para assumir esses cuidados e apenas 9% dos homens. 28% das mulheres assumiram a atividade doméstica como principal atividade em sua rotina e apenas 2% dos homens fizeram o mesmo.
E sabe qual é a principal consequência disso? O empobrecimento de toda uma classe, a do sexo feminino, sobrecarregada com a manutenção da própria sobrevivência. Hoje estima-se que 380 milhões de meninas vivam em situação de pobreza extrema, com menos de $1.90/dia
E esse problema é muito maior do que uma simples divisão de tarefas dentro de casa, pois o tempo é tudo que realmente temos para usufruir, ele é a nossa moeda de troca.
E se esse tempo é retirado das mulheres para que elas façam o que homens também podem e são capazes de fazer, isso significa que homens tem mais chances de escolher como usar o próprio tempo e mulheres não.
Significa que mulheres tem menor chance de se educar, de trabalhar em troca de um salário, de se divertir, de viajar, de descansar, de se cuidar, de viver.
Não podemos ignorar que a realidade da maioria não permite que haja tempo para gozar a vida!
Mas para as mulheres isso ainda se manifesta de maneira muito mais nefasta e avassaladora! Justamente porque cabe, de acordo com o estereótipo de género imposto, ao sexo feminino, a tarefa de cuidar, como um ato de amor, principalmente dos filhos (mas também dos idosos e doentes)
Isso só é uma evidência gigantesca de que a estrutural atual, a alienação das pessoas de seus próprios desejos e sonhos é problemática e adoecedora...
Não deveria ser assim!
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